Um clamor ressoa através do continente americano enquanto enfrentamos uma batalha silenciosa: a crise de saúde mental. Em um mundo já assolado pela pandemia da COVID-19, os desafios emocionais tornaram-se uma realidade ainda mais angustiante para milhões.
De acordo com um recente relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a situação é alarmante. A saúde mental, historicamente uma questão negligenciada, foi empurrada para o centro das atenções devido aos impactos devastadores da pandemia. Jarbas Barbosa, diretor da OPAS, enfatizou a necessidade urgente de priorizar a saúde mental, convocando líderes e formuladores de políticas a agirem com rapidez e determinação.
O relatório revela que a pandemia exacerbou os já existentes fatores de risco para problemas de saúde mental, como desemprego, insegurança financeira e perda. A falta de acesso aos cuidados de saúde mental é uma realidade gritante: mais de 80% das pessoas com problemas graves de saúde mental não recebem o tratamento necessário.
Diante desse cenário preocupante, a OPAS apresenta uma Nova Agenda para a Saúde Mental nas Américas, delineando dez recomendações vitais para enfrentar essa crise. Estas incluem elevar a saúde mental como prioridade nacional e supranacional, integrá-la em todas as políticas, aumentar o financiamento e garantir os direitos humanos das pessoas afetadas.
“Elevamos não apenas um relatório, mas um farol de esperança”, declarou Epsy Campbell Barr, presidente da Comissão. Ela enfatizou que investir em saúde mental é essencial para promover um desenvolvimento humano equitativo e sustentável.
Nestor Mendez, co-presidente da Comissão, destacou que a crise de saúde mental é uma luta coletiva que exige ação imediata. “Agora está em nossas mãos mudar a forma como abordamos a saúde mental”, enfatizou.
Os dados apresentados no relatório pintam um quadro sombrio: quase um terço de todos os anos vividos com deficiência na região são atribuídos a problemas de saúde mental. Os transtornos depressivos e de ansiedade estão entre as principais causas de incapacidade, enquanto o álcool e o suicídio representam ameaças significativas à saúde pública.
À medida que navegamos por essas águas turbulentas, é crucial reconhecer que a saúde mental não é um luxo, mas um direito humano fundamental. O tempo para ação é agora. Devemos unir nossos esforços para enfrentar essa crise de frente, garantindo que ninguém seja deixado para trás em nossa jornada em direção ao bem-estar e à dignidade para todos.
Fonte: OPAS (2023).
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