No Brasil, o câncer de pele não melanoma é um desafio de saúde pública que demanda atenção e conscientização. Representando cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, sua incidência merece destaque, especialmente considerando-se a importância da detecção precoce para o sucesso do tratamento. Esta condição, embora apresente altos percentuais de cura quando identificada e tratada em estágios iniciais, pode resultar em mutilações significativas se negligenciada.
Embora seja mais comum em indivíduos com mais de 40 anos, é crucial reconhecer que a exposição desprotegida aos raios solares está diminuindo a idade média dos pacientes diagnosticados. Jovens que desfrutam de longas horas sob o sol sem proteção adequada estão se tornando uma parcela cada vez mais afetada por essa enfermidade. Fatores como pele clara e sensibilidade à radiação UV, história pessoal ou familiar da doença, além de profissões que demandam exposição direta ao sol, aumentam o risco de desenvolvimento deste tipo de câncer.
O câncer de pele não melanoma engloba diversos tipos de tumores, sendo os carcinomas basocelular e epidermoide os mais prevalentes. Manifestando-se principalmente em áreas do corpo expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas, apresenta sinais como manchas cutâneas que coçam, ardem, descamam ou sangram, além de feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. Diante desses sintomas, é fundamental procurar imediatamente a avaliação de um dermatologista.
A prevenção desempenha um papel crucial na redução do risco de desenvolvimento deste tipo de câncer. Evitar a exposição prolongada ao sol entre as 10h e 16h, buscar sombra sempre que possível e utilizar proteção adequada, como roupas protetoras, chapéus, óculos de sol e filtro solar com fator de proteção mínimo de 15, são medidas fundamentais para proteger a pele dos danos causados pelos raios UV.
Apesar da importância da detecção precoce, o rastreamento do câncer de pele não melanoma não é recomendado como medida rotineira devido à falta de evidências sobre seus benefícios em relação aos riscos. No entanto, é essencial que todos estejam atentos a quaisquer alterações na pele e busquem orientação médica se notarem sinais preocupantes.
O diagnóstico é geralmente realizado por dermatologistas, por meio de exame clínico e, em alguns casos, utilizando-se a dermatoscopia para uma avaliação mais detalhada. O tratamento varia de acordo com o tipo e estágio do câncer, sendo a cirurgia a opção mais comum. Outras modalidades terapêuticas, como terapia fotodinâmica e imunoterapia tópica, podem ser consideradas em casos específicos, sempre sob orientação médica.
Após o tratamento, o acompanhamento regular é essencial para detectar possíveis recidivas precocemente. O sucesso do tratamento e a garantia da saúde cutânea dependem da pronta intervenção e do compromisso contínuo com a prevenção e o cuidado com a pele.
Em suma, o câncer de pele não melanoma é uma realidade que demanda não apenas atenção, mas também ações concretas de prevenção e conscientização. Proteger-se dos raios UV, estar atento aos sinais da doença e buscar assistência médica especializada são passos essenciais na jornada pela saúde da pele e na redução do impacto dessa enfermidade na vida das pessoas.
Fonte: INCA (2024).
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