Em uma coletiva de imprensa realizada na última quinta-feira (28/3), a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta preocupante sobre a atual epidemia de dengue que está assolando o mundo. Segundo a instituição, há temores de que o ano corrente se torne o pior da história em casos da doença.
De acordo com o diretor da Opas, Jarbas Barbosa, já foram registrados 3,5 milhões de casos, o que representa um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2023, considerado o ano recorde de infecções, foram contabilizados 5 milhões de casos, e Barbosa expressou a preocupação de que este número possa ser superado neste ano.
Uma das principais preocupações levantadas pela Opas é a expansão da área de atuação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. Segundo Barbosa, o mosquito está conseguindo alcançar mais zonas das Américas do que antes, incluindo regiões como o sul dos Estados Unidos e do Chile. Ele atribui essa expansão à influência das mudanças climáticas, que proporcionam ambientes mais propícios para a reprodução do mosquito.
Embora o índice de letalidade da doença esteja atualmente em torno de 0,04%, abaixo do limite esperado de 0,05%, a Opas enfatiza que é possível reduzir ainda mais os casos fatais. Sylvain Aldighieri, diretor do departamento de Prevenção, Controle e Eliminação de Doenças Transmissíveis da Opas, destacou a importância da capacitação médica e da educação da população para identificar os sintomas da dengue e procurar tratamento adequado a tempo.
Em relação à vacinação contra a dengue, os especialistas da Opas mencionaram a vacina Qdenga como uma mudança de paradigma na prevenção da doença. No entanto, eles ressaltaram que os resultados dessa vacina só serão observados em cerca de oito anos, quando uma grande proporção da população estiver imunizada. Enquanto isso, a vacina seguirá sendo utilizada como uma forma complementar de prevenção.
Outro ponto abordado foi o uso da bactéria Wolbachia como uma estratégia promissora no combate ao mosquito Aedes aegypti. Essa bactéria atrasa o desenvolvimento dos ovos do mosquito, reduzindo assim sua capacidade de transmissão de doenças. Embora os estudos com a Wolbachia ainda estejam em fase piloto, a Opas expressou o desejo de ampliar essas pesquisas como parte de um esforço conjunto para conter a propagação da dengue.
Em resumo, a Opas alerta para a gravidade da epidemia de dengue em curso e enfatiza a necessidade de ações coordenadas e eficazes para mitigar seus impactos.
Fonte: Agência Brasil
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