Você já deve ter se perguntado o motivo do porque as mulheres vivem mais que os homens, não é mesmo? Os pesquisadores Tom Eskes e Clemens Haanen, da University Medical Center, Holanda, realizaram um estudo buscando responder essa pergunta. O estudo foi publicado na European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology detalhando sobre a diferença de gênero na esperança de vida revelando uma série de fatores que podem contribuir para a vantagem das mulheres em relação aos homens, com uma diferença média de 4,2 anos prevista para aumentar para 4,8 anos até 2050. Este fenômeno intrigante tem despertado interesse considerável, especialmente devido à associação entre o excesso de mortalidade masculina e as doenças cardiovasculares.
A pesquisa identificou que os riscos cardiovasculares desempenham um papel crucial, com uma mortalidade cinco vezes maior e uma morbidade três vezes maior nos homens em comparação com as mulheres. Embora a genética apresente diferenças marcantes entre os gêneros na constituição cromossômica, incluindo a preponderância feminina dos telômeros “salva-vidas” nos cromossomos durante a divisão celular mitótica, esta disparidade não pode ser totalmente explicada por esses fatores.
Um dos pontos-chave destacados no estudo é o papel do estradiol endógeno, que provoca alterações cardiovasculares significativas, com um aumento de cerca de 20% no débito cardíaco durante a segunda metade do ciclo menstrual e na gravidez. Essa atividade biológica contínua ao longo dos anos reprodutivos cria uma conformidade cardiovascular ideal, comparável aos efeitos benéficos do exercício. Esse fenômeno, conhecido como “coração feminino em movimento”, pode explicar a menor incidência de doenças cardiovasculares antes da menopausa e a subsequente equalização após essa fase da vida.
A investigação também enfatiza a importância dos estrogênios na proteção das mulheres contra danos oxidativos ao aumentar a expressão de enzimas antioxidantes. Além disso, os efeitos vasodilatadores do estradiol endógeno, mediados pelo óxido nítrico no endotélio, desencadeiam respostas cardiovasculares semelhantes às do exercício físico, promovendo um estado de saúde cardiovascular otimizado.
Embora essas descobertas ofereçam insights valiosos sobre a diferença de gênero na esperança de vida, o estudo reconhece que outros fatores, como estilo de vida e influências ambientais, podem modular o processo de envelhecimento e influenciar os resultados observados. No entanto, a compreensão aprofundada desses mecanismos biológicos e hormonais fornece uma base sólida para futuras pesquisas e intervenções destinadas a promover a saúde cardiovascular e aumentar a expectativa de vida, tanto para homens quanto para mulheres.
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