Terçol: Como tratar e se prevenir?

Terçol: Como tratar e se prevenir?

Nos últimos anos, tem-se observado um aumento significativo na incidência de terçol, uma infecção bacteriana aguda que afeta as pálpebras, em correlação com o mandato global do uso de máscaras faciais durante a pandemia. Este fenômeno tem despertado o interesse da comunidade científica, levando à realização de estudos abrangentes para investigar essa associação e compreender os mecanismos subjacentes.

O terçol, clinicamente conhecido como hordéolo, é predominantemente desencadeado pela infecção bacteriana, com Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis emergindo como agentes etiológicos proeminentes. Manifestando-se como uma protuberância avermelhada, dolorosa e inflamada, o terçol pode surgir tanto na margem externa quanto na interna das pálpebras, manifestando-se como um abscesso que pode romper, resultando na formação de pus.

Um estudo conduzido pela oftalmologista Tatiana Nahas, especialista em doenças palpebrais da Santa Casa de São Paulo, revelou uma correlação direta entre o aumento da incidência de terçol e o uso generalizado de máscaras. A explicação reside na disseminação de microrganismos presentes no ar expelido pelo nariz e pela boca em direção aos olhos e pálpebras durante atividades cotidianas como falar, tossir e espirrar, aumentando assim as chances de infecção e subsequente desenvolvimento de terçol.

Além do uso de máscaras, diversos fatores de risco têm sido associados ao surgimento do terçol, incluindo blefarite, doenças dermatológicas, higiene ocular inadequada, estresse, alterações hormonais e o compartilhamento de cosméticos oculares. Indivíduos com doenças crônicas, como diabetes e colesterol elevado, também demonstraram maior suscetibilidade ao desenvolvimento de terçol.

Embora, na maioria dos casos, o terçol apresente uma resolução espontânea dentro de 3 a 5 dias, indivíduos com hordéolas recorrentes necessitam de avaliação e tratamento adequados para prevenir futuros episódios. O tratamento convencional do terçol inclui medidas como higiene local, compressas mornas e, se necessário, o uso de pomadas oftalmológicas ou antibióticos orais.

Em suma, o aumento da incidência de terçol em relação ao uso de máscaras durante a pandemia destaca a importância da adoção de medidas preventivas e da conscientização sobre a higiene ocular adequada. Futuras pesquisas são necessárias para elucidar completamente os mecanismos subjacentes a essa associação e desenvolver estratégias eficazes de prevenção e tratamento.

Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK459349/

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